sexta-feira, 21 de novembro de 2008

COM DEUS ATÉ O FIM MESMO SEM ENTENDER!!!

2 ANOS DO CARISMA BEATITUDES

Deus nos chama a ser fiéis até o fim!!!
Louvo a Deus por este carisma!!!
Deixo aqui a partilha que o Silvinho , nosso fundador , deixou em seu blog: www.silvinhoz.blogspot.com

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2 ANOS DO MEU CARISMA



"A história não começa em mim mas, em Deus"

Esta pequena frase, hoje, resume tudo aquilo que meu carisma é para mim: uma vontade de Deus desde minha criação, desde quando fui pensado por Deus.

Ser médico ou não, isso eu nunca consegui descobrir. Mas, o "plano original de Deus" para mim, estou encontrando. E, alavancado pelo meu "sim' a Deus e dentro da história, está se revelando para que nasci e qual é minha missão.

Esta vontade de Deus transcende o destinatário deste carisma ao ponto de envolver, dominar, preencher, realizar e impulsionar. Logo, não me considero radical só porque em 2001 deixei minha mãe morando sozinha, larguei minha família, bens e os próprios sonhos para "viver meu chamado". Antes de tudo, estas ações tidas como "meio loucas", foram mais uma consequência da descoberta que eu fazia. Claro que esta descoberta exigiu de mim uma resposta afirmativa, uma adesão àquilo que eu não entendia. Porém, com o desenrolar da história, fui percebendo que tudo sempre é uma consequência da descoberta.

Dia 21 de novembro, de 2006, por volta das 12:45h, eu rezava meu terço de todos os dias. Durante o quinto Mistério Gozoso - a perda e o encontro do Menino Jesus no templo entre os doutores - Eu corri para o até então improvisado estúdio da rádio Beatitudes e O Senhor mandou-me ler uma frase que digitei, imprimi e colei na parede dias antes. A frase afirmava "Com Deus até o fim, mesmo sem entender".

Nunca algo fez tanto sentido em minha vida quanto esta frase. Nem minha vida carismática, nem os amores da juventude, nem os CD's que eu gravei, nem os sonhos profissionais nem mesmo meu casamento e paternidade revelaram para mim o que eu era originalmente.

Eu fui tomado por esta frase. Ela saiu daquela almaço e começou a me abraçar. Não fui arrebatado. Mas, o meu coração foi tirado de mim por alguns instantes. Eu fui desnorteado pelo Espírito Santo. Tudo passou pela minha cabeça mas, nada teve sentido. Eu provava pela primeira vez da experiência do meu carisma. Agora sim, eu poderia dizer que encontrara o sentido da vida. Meu carisma já havia me abraçado desde sempre, mas só neste dia o vi tomando corpo em minha vida.

Inexplicável o que senti. Corri comunicá-lo a todos os que estavam comigo e disse-lhes que Deus se mostrava para mim em forma de um carisma. E um carisma de fidelidade. Estávamos na época do cerco de Jericó na Comunidade. Dedicávamos nossas orações à Nossa Senhora do Desterro.

Nesta hora tão única e instranferível, O Senhor oferecia-me algumas respostas que eu tanto perguntava em secreto para Ele. Meu carisma explicou-me o porque minha irmã não foi curada da leucemia e morreu gemendo de dor em uma cama na beneficência portuguesa, porque meus pais se divorciaram com tanta violência, porque minha tão amada RCC local nunca me acolheu e tantos outros fatos que me deixaram algumas marcas. O Senhor dizia-me "Eu te fiz para ser fiel. Era para você ter desistido de tudo, mas, Eu não o fiz para isto. Eu não te fiz com botão de OFF". Eu provava o poder de curar que um carisma têm. O meu carisma me curava das dores.

Talvez eu não consiga ser tão claro. Após uma resposta destas, a consequência natural é a de largar tudo. Descobri que fui feito por Deus para viver Sua vontade e não a minha. Este fato não me diferencia das pessoas que não largam tudo e nem tão pouco me qualifica como filho mais amado de Deus. Eu somente descobri que deveria entregar-me a Deus e ao meu carisma.

Dois anos se passaram. Outras dores foram adicionadas em meu curriculo vocacional. Por duas vezes me deu vontade de "largar" todo mundo e viver meu carisma sozinho. Porém, o laço-de-seda da fidelidade não me permitiu.

Nestes poucos mas intensos dois anos, foram reveladas também algumas nuances do carisma como a nascente da minha vocação. Aonde eu vivo o meu carisma dentro das Escrituras. Foi revelado pelo Espírito aquilo que a vocação da minha comunidade deve gerar: "simples operários e administradores dos mistérios de Deus" (II Cor. 4,1). E que a exigência deste seguimento é "ser fiel a todo custo" (II Cor. 4,2) e "até a morte" (Ap.2,10).

Sinto que O Senhor me prepara um pouco mais antes de dar sequência ao crescimento da comunidade. Aliás, tudo parece-me um aprendizado. Acho que não nasci para ser mestre. Sempre discípulo.

Sinto meu chamado cada vez mais se lapidando entre sorrisos e dores, perdas e ganhos. Deus me preparou por longos anos para dizer um "louco sim" junto com algumas meninas. Preparou-me durante cinco difíceis anos após meu "sim" para aceitar a revelação do carisma. E agora, O Bom Deus está preparando-me para assumir algumas coisas que ainda não estão muito claras, mas que já são pronunciadas sem medo dentro da casa onde moro.

Estou vivendo um tempo de poucas mudanças externas e procurando viver mais as transformações do interior. Substituí as palavras pela atenção do olhar e a força do ouvir. Vivo um tempo de prestar mais atenção nos movimentos, entender as passagens, contemplar o simples, reler um pouco mais a história e escrever mais no meu livro da vida.

Pouco entendo dos movimentos de rotação e translação da terra da minha vida. O eixo invisivel que me sustenta é o meu carisma. Tento compreender o que é contemplar e viver um Cristo Fiel aqui na terra e esforço-me para formar um povo que seja fiel até o fim, mesmo sem entender.

Realmente, a história não começa em mim, mas em Deus. Dizer "sim" a um carisma e vivê-lo nesta vida, é deixar que esta história tome seu curso e se desenrole de maneira natural porém, intensa.

Uma vez eu disse e hoje eu vivo e entendo bem mais minha frase: "não sou eu quem corro atrás de um carisma. É ele que me alcança". O meu alcançou-me desde o projeto original de Deus. Nem minha mãe sabia disso.

"Um carisma é tão amplo que eu não o abraço. É tão alto que eu não alcanço. É tão vasto que, mesmo correndo, nunca completarei o seu percurso. Mas é meu".

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